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27 de junho de 2016

Minha História com os Quadrinhos

 
Há muito tempo, nos idos da década de 1980, eu encontrei um gibi no lixo, era um Almanaque do Cascão sem capa, eu ainda estava aprendendo a ler e de imediato fiquei hipnotizado por aquela obra. Folheava o gibi extasiado e me encantava com cada página, com cada quadrinho, lia e relia aquela relíquia sem parar. Pode parecer exagero a forma como descrevo o meu primeiro contato com o mundo dos quadrinhos, mas na verdade não tem nada de exagero, nascia ali uma grande paixão.

Meu pai logo percebeu meu encantamento com os gibis e, para meu deleite, me presenteou com algumas revistas novinhas. Então os personagens impressos naquelas folhas de papel tornaram-se meus amigos inseparáveis. Eu gostava de tudo, mas os preferidos eram a turma da Mônica (principalmente o Cascão) e os personagens Disney.

Eu estava sempre pedindo para meu pai comprar novos gibis e todo dinheiro que eu ganhava era destinado à esse fim. Um dos meus maiores prazeres era conseguir juntar alguns trocados, pegar minha Monareta vermelha e pedalar a toda velocidade em direção à única banca da pequena cidade mineira em que morávamos durante minha infância e adolescência.

Consegui reunir uma coleção considerável, bastante variada, mas formada principalmente por Turma da Mônica e Disney, mas que também contava com Os Trapalhões, Recruta Zero, Bolinha e Luluzinha e outros. Tinha um pouco de DC e Marvel também, mas naquela época eu não gostava muito de comprar quadrinhos de super-heróis porque as histórias quase sempre continuavam em outras edições, os gibis não traziam histórias fechadas e eu não sabia quando teria dinheiro para voltar à banca, por isso não dava para acompanhar esse universo.

Mas o tempo foi passando e com a adolescência surgiram outras paixões, outras prioridades, outros passatempos e aos poucos fui deixando os quadrinhos de lado. Um dia, quando eu tinha dezoito anos de idade, nos mudamos para outra cidade e a minha preciosa coleção se perdeu para sempre, ficou esquecida nas gavetas de um móvel velho que eu nunca mais veria.

No início não me importei muito, mas conforme o tempo foi passando comecei a sentir falta daqueles gibis que fizeram parte da minha infância, que me acompanharam por tanto tempo e que me fizeram tão feliz. Voltei aos poucos ao hábito da leitura, mas com livros e não com quadrinhos, pois não era mais criança e deveria ler “coisas de adulto”. Ali nasceu uma nova paixão, passei a ler cada vez mais e hoje tenho uma bela coleção de livros dos mais variados gêneros: ficção, história, biografia, poesia, crônicas etc.

Contudo, sempre batia um sentimento de nostalgia em relação aos quadrinhos e um dia, há sete anos, passando em frente a uma banca de revistas me deparei com um gibi que trazia na capa o Zé Carioca, o Panchito e o Pato Donald. Era o Disney Big número 4, uma revista de 308 páginas (foto abaixo). Resolvi comprar de forma meio desinteressada e, terminada a leitura, descobri que minha paixão pelos quadrinhos não tinha acabado, estava apenas adormecida e agora despertara.

Foi assim, depois de uns quinze anos longe desse universo, que voltei a apreciar essa arte tão lúdica e magnífica. Hoje tenho uma condição financeira que me permite comprar meus gibis com uma certa periodicidade e ampliar esse mundo de fantasia tão prazeroso. Descobri que sou um grande fã dos super-heróis da Marvel e da DC e do ranger Tex Willer, que ainda me divirto imensamente com as travessuras da turma do bairro do Limoeiro, que Calvin e Hobbes, Snoopy e Mafalda são quadrinhos geniais. Mas percebi que em primeiro lugar ainda estão as aventuras e trapalhadas dos personagens Disney.

Os quadrinhos hoje têm lugar cativo nas minhas prateleiras, abrilhantando minha coleção literária que só faz crescer, para desespero da minha esposa. Rsrs...