O aborto não deve ser analisado apenas como uma questão de religião, trata-se do controle do corpo da mulher. O aborto é uma realidade cada vez mais presente em nossa sociedade, e muitos países já o legalizaram. Mas nos países onde não é legalizado, o aborto também é uma realidade. Acontece que abortos ilegais acabam matando a mulher. Quando um País não legaliza o aborto, acaba condenando muitas mulheres à morte.
Na discussão sobre o aborto a mulher quase nunca existe como indivíduo. Um embrião passa a ser muito mais importante que a mulher que o sustenta e carrega. Dizem que é adolescente irresponsável ou mulher que saiu abrindo as pernas dando por aí que abortam. Mas de acordo com uma pesquisa do Ministério da Saúde, a maioria das mulheres que abortam tem entre 20 e 29 anos e estão em relacionamento estável.
O que as pessoas que são contra o aborto não entendem é que a mulher que aborta não quer seguir com a gravidez. Ela não quer estar grávida. Nem é questão de poder ou não sustentar a criança. É não querer estar grávida. É o corpo dela! Toda pessoa tem direito de ter autonomia sobre o seu próprio corpo. Tanto faz se é vagabunda, se é prostituta, se é irresponsável ou se é mãe de família. O corpo é dela!
Se a mulher que faz aborto é irresponsável, então podemos dizer que 20% da população feminina é irresponsável, pois de acordo com o Ministério da Saúde, uma em cada cinco mulheres de até 40 anos de idade já fez aborto.
Texto elaborado com base no artigo de Lola Aronovich intitulado “Mulher, esse ser irresponsável que só quer abortar”.
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